it don´t mean a thing if it ain´t got that swing. duke ellington

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sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Eruption solo, by Eddie Van Halen

Automóvel - o automóvel aparece frequentemente nos sonhos modernos, quer com o sonhador no interior do veículo, quer vendo os veículos a andar em volta dele. Como qualquer outro veículo, o automóvel simboliza a evolução em marcha e as suas peripécias.

A carroçaria pode estar relacionada com a persona, a máscara, a personagem, que procura causar um efeito em alguém, pelo desejo de ser admirado ou pelo medo de ser desprezado.

(in Dicionários dos Símbolos, Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, ed. Teorema)


quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Bonjour Tristesse


Naquele Verão, eu tinha dezassete anos e era inteiramente feliz. Os outros eram o meu pai e Elsa, a sua amante.




Sem partilhar com o meu pai aquela aversão pela fealdade, que tantas vezes me fazia conviver com gente estúpida sentia, no entanto, uma espécie de constrangimento e de ausência junto de pessoas destituídas de qualquer encanto físico; a resignação dessas pessoas em não agradar parecia-me uma doença desprezível. Afinal, que procurávamos nós senão agradar? Ainda hoje não sei se este gosto do meu pai esconde um excesso de vitalidade, um prazer de dominar ou a necessidade secreta, inconfessada, de estar seguro de si mesmo.



(Bonjour Tristesse, de Françoise Sagan, ed. Difel 1988)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe


Trezentas e quarenta e três sms, cinquenta e dois email...
Pronto! Já sei...

O Sporting perdeu.

So what? Big deal!

(Tô deprimida... Bolas! Onde estão os comprimidos para dormir? Cum caneco!)







O paradoxo é, pois, que se fala cada vez mais em trabalho, num momento em que ele existe cada vez menos. É o mesmo paradoxo, no fundo, que faz com que se fale cada vez mais do ambiente e da natureza num momento em que a natureza se artificializa e quando o ambiente se apresenta cada vez mais desnaturado.


(Jérome Bindé in Le Monde Diplomatique ed. portuguesa)

Anjos


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segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Na imprensa brasileira, as informações sobre aquilo a que chamam triplice fronteira são escassas e, por vezes, roçam a anedota. Fala-se, por exemplo, de uma passagem de Bin Laden pelo local, em 1995 - que foi até aproveitada pelos responsáveis do turismo de Foz do Iguaçu (a principal cidade brasileira na tripla fronteira):

Se até Bin Laden arriscou a pele para visitar Foz do Iguaçu, é porque vale a pena.


in Público (17-8-2003)

Ele há dias



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Que sera, sera, what will be will be

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

O Tempo Faz Caretas



Visto que não há regresso

E o tempo está de mau cariz,
Viremos o dia do avesso
Para ver como é, primeiro.



A carranca dum velho ou o traseiro
Prazenteiro de um petiz?





Alexandre O´Neill, No Reino da Dinamarca (1958)

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Hoje não me apetece



mas fica sempre bem um provérbio para arrematar a coisa:

Comida fina em copos grossos, faz mal aos ossos

Pois parece-me bem.


terça-feira, 20 de novembro de 2007

Porque os Mac são os melhores, by Bill Gates

Dispensável




Pastilha Elástica Sem Açucar

Ingredientes: Edulcorantes (Matitol, Sorbitol, Manitol, Aspártamo, Acesulfame K), Goma Base Com Antioxidante BHT, Estabilizador, Glicerol, Espessante, Goma Arábica, Emulsinante, Lecitina de Soja, Corante E171, Agente de Revestimento (Cera de Carnaúba).
Contém uma fonte de fenilalanina.

O seu consumo excessimo pode ter efeitos laxativos.


Mania de nos informarem de tudo...

domingo, 18 de novembro de 2007

Uma semana sem notícias



Uma semana sem notícias é um drama. Por várias razões, estando a primeira directamente relacionada com a minha total inépcia em implementar o Despotismo Iluminado, como forma de regime lá em casa (os outros motivos estão relacionados e não interessa explanar, mas com o mesmo resultado: Sic Noticias 0-Panda 1), aproveito o fim-de-semana para me colocar no centro do universo. A semana que passou, em balanço geral, não correu nada mal para quem tenha sentido de humor.

E foi assim:

Nacional
1 - Paulo Portas, antigo ministro da Defesa, fotocopiou ou digitalizou (existem as duas versões) aproximadamente 60 mil páginas de documentos com a designação Confidencial;
2 - O director da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, não tem receio de ter o telefone particular em escuta (já somos dois!);
Internacional
2 - Kadaffi quer acampar em Lisboa, em pleno Dezembro (no comments);
3 - O indio sul-americano que o Bourbon Juan Carlos não conseguiu calar, vem visitar-nos na terça-feira (sim, Hugo Chavez);
Desporto
4 - Por menos de 800 euros (o dobro do nosso Salário Mínimo) qualquer um pode corromper um arbitro de futebol;

A muito custo sustenho a ansiedade enquanto penso nas próximas semanas...

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Amanhã é Fim-de-Semana!


O que significa que a minha rua vai perder o ar de parque de estacionamento a céu aberto e ganhar a sua típica faceta de rua lisboeta. É sempre bom voltar a ver os buracos e os remendos do alcatrão...

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

A CANÇÃO DE AMOR DE J. ALFRED PRUFOCK by T. S. Eliot


S´io credesse che mia risposta fosse
A personna che mai tornasse al mondo,
Questa fiamma di questo fondo
Non tornò cìo che giammai di questo fondo
Non tornò viva alcun, s´i´odo il vero,
Senza temma d´infamia ti rispondo.


Let us go then, you and I,
When the evening is spread out against the sky
Like a patient etherised upon a table;
Let us go, through certain half-deserted streets,
The muttering retreats
Of restless nights in one-night cheap hotels
And sawdust restaurants with oyster-shells:
Streets that follow like a tedious argument
Of insidious intent
To led you to an overwhelming question...
Oh, do not ask, ´What is it?´
Let us go and make our visit.

In the room the women come and go
Talking of Michelangelo.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Relações difíceis

A música e a filosofia são-me difíceis. Partilhamos espaços, emoções e numa grande maioria das vezes não nos compreendemos. (Bom, eu não as compreendo mas isso seria uma história em vários volumes.)

Um exemplo que gosto de utilizar é a teoria dos jogos da linguagem, em Wittgenstein.

"Mas a expressão dos nossos pensamentos pode sempre faltar à verdade, visto que podemos dizer uma coisa querendo significar outra". Imaginem as várias coisas diferentes que acontecem quando dizemos uma coisa e queremos referir-nos a outra! - Façam a seguinte experiência: digam a frase "está calor neste quarto", querendo dizer "está frio". Observem atentamente o que fazem.
Poderíamos facilmente imaginar seres que pensam em privado por meio de "apartes" e que mentem dizendo algo em voz alta, ao mesmo tempo que, num aparte, dizem o oposto.
"Mas a significação, o pensamento, etc., são experiências privadas. Não são actividades como escrever, falar, etc." - Mas por que motivo não poderiam eles ser as experiências privadas específicas da escrita - as sensações musculares, visuais, tácteis da escrita e da fala?

(Ludwig Wittgenstein, O Livro Azul, Edições 70, Lisboa 1992)

O que me faz lembrar os dramas de Olivier Messiaen, assim relatados em texto da autoria de um outro compositor, João Pedro Oliveira.

O meu primeiro drama é que, sendo músico crente, falo de fé a ateus.

O meu segundo drama é que sou ornitólogo e falo de pássaros a pessoas que nunca se levantaram às quatro horas da manhã para escutar um despertar dos pássaros no campo.

O meu terceiro drama é que ao escutar sons, vejo intelectualmente cores. Bem posso pôr cores na minha música, os ouvintes escutam mas não vêem nada.

Enfim, o meu quarto drama, sou um estudioso do ritmo. Ora a maior parte das pessoas pensam que ritmo se confunde com as durações iguais de uma marcha militar.


Coisas assim, mais ou menos palpáveis acariciam-nos o intelecto e libertam a alma - como uma sinfonia de Rachmaninov numa sala de boa acústica - e com as quais nos vamos apercebendo a banalidade dos dias, afinal a génese de todas as sensações (ai!, ai! a fenomenologia...).

Aparte as divagações, amanhã é só Terça-Feira dia de voltar à pedreira.

domingo, 11 de novembro de 2007

'Por qué no te callas?'



Qual terá sido a parte da frase que Hugo Chavez não percebeu?
Hummm... será já uma questão de hermenêutica? Ou na Venezuela já falam venezuelês?
Hummm...

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Amanhã é Fim-de-Semana (Yes!)

Aos alheios cabedais
lançava-se como seta
namorava branca ou preta
toda a idade lhe convinha.
Consigo três Emes tinha:
Manhoso, Mau e Maneta.



Grazie R. per ricordami gli esercizi per casa (oooops)...

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Todas as meninas


... quando forem grandes, querem ser bailarinas.

Hoje é Sexta-Feira

Penso que dia 9 do mesmo mês. Não tenho a certeza.
Não tenho a certeza de um milhão de coisas, grandes e pequenas.
Sonhei com uma menina a correr e um cão que entrava num lago para apanhar uma bola.
Uma casa de campo e duas árvores, com um caminho de cabras que conduzia já não sei onde.

A cama é sempre igual e as paredes também brancas. Assépticas, como se exige.
O lençol amarrotado pelas mesmas guerras e as mesmas curvas de um corpo cansado e dorido.

Aqui não sinto o silêncio mas ruídos.
Os passos das enfermeiras, o marulhar de chinelos em passos apressados como se existissem vidas para salvar.

E deixo o tempo correr, e uma vida que se agarra obstinadamente a um bilhete de identidade.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Perceval´s Narrative A Patient´s Account Of His Psychosis (1830-1832)


Before I rose from my bed, I understood that I was now to proceed through the world as an angel, under the immediate guidance of the Lord, to proclaim the tidings of his second coming.

With that came an uncertain impression that I was to do this in an extraordinary way, and by singing-and this idea haunted me throughout my changes of insanity. I had also an
uncertain impression of a like nature, that I was to go and show myself before the lord lieutenant or the General of the Forces, that I was to breakfast there, and to meet, either at the lord lieutenant´s, a prince of blood royal; or at the General´s, a duke, to whom I was to proclaim the near coming of the Lord.

My guidance not being sure, and my folly or my faith not being determined enough, I reflected on Mary Campbell´s advice, and determined to be guided by what appeared the natural path of duty. And, at the risk of offending the Holy Spirit and the Lord, to prefer showing my gratitude to Captain H. who had shown me so many kind attentions, and to attend his humble table.

I now conceived again that I was to speak to them in an unknown tongue, and to make confessions, and to show signs and wonders: my words and ideas were to be supplied to me. I did not, however, dare to attempt any thing, for I felt no guidance, and I shrank from the ridicule of beginning to speak, and having nothing to say.