Italo Calvino escreveu, entre muitas outras coisas e em muitos outros livros, pequenos trechos em que faz uma reflexão atenta sobre o comportamento humano. Racional mas polvinhada com pontinhas de nonsense. Em outras, consegue transmitir a hipocrisia das convenções sociais. De aquilo que, para a maioria de nós, é um estado adquirido sobre o ser e o estar.
Eu não faço aquilo que quero, eu faço aquilo de que se espera de mim.
O que assusta - ou talvez seja cinismo puro e duro - é a não-espera. Aquilo que Calvino (o escritor, não o teólogo entenda-se) escreveu em Se Numa Noite de Inverno Um Viajante:
És um daqueles que por princípio não espera mais nada de nada.
Ao que uma Marguerite Duras poderia responder: C´est tout!
Sem comentários:
Enviar um comentário