it don´t mean a thing if it ain´t got that swing. duke ellington

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sábado, 17 de março de 2012

The reality distortion field



Num ápice li - de ponta a ponta - a biografia de Steve Jobs. (Obrigada P. pela oferta via Palo Alto!)


A vida e a obra de Steve Jobs não me são desconhecidas. O meu primeiro computador foi um tijolo portátil cinzento, ainda com o famoso logo rainbow e ecran cinzento que nos chats eu reduzia a PWBK (PowerBook). 
Quando Jobs regressa à Apple o génio que lhe é reconhecido surge nos novos macs e em outros produtos como o iPod, iPhone, iPad. E em todas as subtilezas que fazem destes interfaces perfeitos entre design e tecnologia. Como ele assim desejava.

Despite all the coddling, Jobs at times almost went crazy. Even when he was barely conscious, his strong personality came trough. At one point the pulmonologist tried to put a mask over his face when he was deeply sedated. Jobs riped it off and mumbled that he hated the design and refused to wear it. Though barely able to speak, he ordered them to bring five different options for the mask and he would pick a design he liked. (...) He also hated the the oxygen monitor they put on his finger. He told them it was ugly and too complex. He suggested ways it could be designed more simply.

in Steve Jobs by Water Isaacson

quinta-feira, 15 de março de 2012

A minha infância


Uma vez fui criança. Andava com os dentes à mostra e não tinha cabelo. Meu pai já homem fora-se. Minha mãe, ainda mulher, cozinhava.  Depois veio a irmãzinha. Quando nasceu era mais velha que eu. Pegava-me ao colo.
O meu pai estava no mar. Chorei dias seguidos até que me prometeu um boneca.
Fui para a escola. A madrinha que nunca me ligou emprestou-me uns óculos de sol. Uma vamp dos anos 70 com 5 anos de idade. Ia à praia. Adorava ver as ondas que me salpicavam de espuma e sal.
A minha tia casou-se enquanto o meu pai bebia Sagres de calções pretos. Eu? Ah, eu usava uns calções tão curtinhos que me estavam sempre a cair. Eram amarelos, de um amarelo-banana lindo, salpicado de manchas ferrugentas das molas.
Depois veio o avô. Adorava-o. Tinha aquele aspecto que todos os netos gostam que os avôs tenham. Via-o ali, de olhar espetado no vazio, enquanto absorvidamente enrolava o cigarro na mortalha.  Contava-me histórias da II Guerra Mundial e fazia-me confissões.
Andava na 1ª classe. Depois passei para a 4ª. Tive uma infância muito feliz e uma classe muito estúpida.
Cresci e comecei a comer pastilhas elásticas. Acho que me suicidei.