it don´t mean a thing if it ain´t got that swing. duke ellington
tempoestranho@gmail.com
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sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Mães & Filhos e Pais & Filhas
Li uma vez numa revista feminina, em que uma das dez coisas a não mencionar num primeiro-suposto-encontro-amoroso seriam as tropelias, arrelias, amores e outros doces sobre os filhos. Atribuo a minha total inépcia em blind-dates ao facto de passar o tempo a falar sobre a minha filha, sendo que em complemento acrescento estórias dos sobrinhos.
Será por ser mulher?
Será que o homem fica assustado por um monólogo maternal e vê, estampado em letras garrafais, a palavra "compromisso"?
Na hora do café, em pleno trabalho, meia dúzia de moçoilas, mães, sentem-se à vontade a falar dos filhos. Coisas pequeninas, sem importância, mínimas ou fúteis aos ouvidos de quem não sintoniza o mesmo rádio, mas que nos fazem - a nós, mães - sentir especiais. Não conhecemos, na maioria das situações, os filhos das colegas mas podemos dizer com precisão em que escola estão, qual o melhor amigo ou a pior birra feita junto aos pais.
Ser ouvido, ser sentido, deve ser do mais importante. Faz sentir importante, enche-nos a alma. E a partilha de pequenas aventuras tem qualquer coisa de solidariedade mas, acima de tudo, partilha.
M. é um querido amigo, com o coração mais lindo que conheço mas que fugia a sete ou oito pés destas confidências de colegas de trabalho. Hoje é pai. E faz o favor de partilhar a sua alegria, as fotografias, os sorrisos do menino Jesus que tem lá em casa.
Obrigada.
Não é exclusivo, não é inclusivo, mas ser mãe ou ser pai muda a lente com que se vê o mundo. Como se interage com ele.
A fotografia, garanto, é sempre muito muito muito mais bela.
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