Naquele Verão, eu tinha dezassete anos e era inteiramente feliz. Os outros eram o meu pai e Elsa, a sua amante.
Sem partilhar com o meu pai aquela aversão pela fealdade, que tantas vezes me fazia conviver com gente estúpida sentia, no entanto, uma espécie de constrangimento e de ausência junto de pessoas destituídas de qualquer encanto físico; a resignação dessas pessoas em não agradar parecia-me uma doença desprezível. Afinal, que procurávamos nós senão agradar? Ainda hoje não sei se este gosto do meu pai esconde um excesso de vitalidade, um prazer de dominar ou a necessidade secreta, inconfessada, de estar seguro de si mesmo.
(Bonjour Tristesse, de Françoise Sagan, ed. Difel 1988)
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